Ele viveu no século XVIII, na
região que hoje corresponde ao centro-sul do Piauí. Senhor todo poderoso, Luis
Carlos Pereira Abreu Bacelar (para os moradores da região, onde ele viveu, Luis
Carlos Ferraz) tinha tantos escravos, quanto prazer em torturá-los. Dos atos do
senhor de engenho, não ha muitos registros escritos, mas corre de boca em boca,
nos municípios de Aroazes, Santa Cruz dos Milagres, Valença do Piauí e cidades
vizinhas, historias de arrepiar sobre o lendário senhor.
A
prova concreta da existência de Luis Carlos e a antiga casa de quatorze cômodos
em que ele morou, que fica situada na divisa em entre Aroazes e Santa Cruz dos
Milagres, a 181 quilômetros de Teresina.
A construção solida tem paredes de quase oitenta centímetros de largura, armadores gigantescos e caibros de cerca de
dez centímetros de largura. Dos moveis da antiga casa, resta apenas uma cama
que pertenceu ao senhor. Jogada no canto, ela corre o risco de ser destruída em
pouco tempo.
Os
atuais proprietários estão fazendo uma reforma na casa, mas fazem questão de
preservar alguns itens, como as portas pesadas e alguns tocos de madeira,
também utilizados como armadores.
Uma
das atrações da antiga fazenda é a “Casa das Onças”. O espaço de cerca de
cinqüenta metros, cercados de pedras, foi construído pelos escravos, era
destinados aos felinos que Luis Carlos criava em cativeiro. Segundo a lenda que
corre na região, o poderoso senhor alimentava as onças com escravos doentes ou
bastante velhos. Era a dura política de contenção de despesas, afinal não havia
nada de vantagens em alimentar e cuidar de escravos velhos e doentes.
Segundo
o ex-secretário de cultura do município de Valença, hoje, Diretor da Academia
de Letras valenciana, Antonio José Pereira da Silva, um estudioso atento da
Historia do Piauí, Luis Carlos era pernambucano. “Infelizmente, quase não há registro sobre
ele, apenas de sua importância para a nossa historia”, diz Antonio José, que
acredita que o nome da fazenda, é uma homenagem a cidade de Luis Carlos. Para
alguns historiadores, a fazenda de Luis Carlos era parte das terras de Domingos
Afonso Mafrense, que ficou na historia pelos milhões de hectares de terra amealhou.
As
historias que giram em torno do poderoso senhor são muito desencontradas. As
lendas falam de um homem extremamente mau, cujo maior prazer era torturar
escravos. A a professora Lisete Napoleão, autora do livro “Quem conta um conto,
aumenta um ponto”, registra algumas das muitas historias acerca de Luis Carlos.
Para
o padre Claudio Melo, as historias que correm a respeito de Luis Carlos não passam
de invencionice. “Ele era severo, mantinha um lado carinhoso. É verdade que ele
ameaçava os escravos dizendo que iria jogá-los no poço, mas é porque na época
não havia outra forma de castigá-los” garante padre Claudio.
Fazendeiro
e político, Luis Carlos ganhou da coroa as terras em que dominou como senhor
absoluto, em troca de serviços prestados. “Ele era comandante militar e foi
presidente substituto da província, em cargo de extrema importância. Não tem
sentido atribuir a ele atos tão monstruosos, como mandar serrar a negra.
ESCRVA FOI SERRADA AO MEIO
LISETE
NAPOLEÃO MEDEIROS
Em
um lugarejo próximo a cidade de Aroazes, centro-sul do Piauí, morava um
fazendeiro de índole ruim, que maltratava, por satisfação seus subalternos. Era
o mais rico da região, mandava em todo e em todos.
Um
belo dia, ao ver um negra passar sem tirar o chapéu de palha para
cumprimentá-lo, mandou seu capanga pegar a negra e pendurar de cabeça para
baixo com as pernas abertas e em seguida serrá-la viva, ao meio. A partir daí o
lugar ficou denominado de Serra Negra.
Quando
esse maldito fazendeiro morreu, de causa desconhecida, dois negro bem
diferentes pegaram a rede onde estava sendo conduzido o corpo par ser sepultado
e, simplesmente, sumiram.
Acreditam
as pessoas do lugar que o diabo veio buscá-lo, carregando-o direto para
inferno.
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